Férias em casa

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Tirar Férias é uma questão de necessidade, é sinônimo de sair da rotina, acordar mais tarde, viajar e realizar atividades agradáveis. Geralmente, estão relacionadas com o descanso, o ócio, o turismo e o lazer. Férias é o plural de féria, um termo que deriva do latim ferĭa (“dia de festa”) e que faz referência ao descanso temporário de uma atividade habitual. Trata-se do período durante o qual as pessoas que estudam ou trabalham suspendem temporariamente os seus compromissos. Na verdade, “um mês de festa”.

As férias permitem reduzir o stress e outras patologias derivadas das obrigações, ajudam a melhorar a produtividade no resto do ano e podem ser aproveitadas para realizar atividades que, no resto do ano, não se realizam por falta de tempo.

Hoje em dia, as férias são vistas até mesmo como algo que beneficia a saúde do trabalhador. Aquele que conta com um tempo longe das atividades laborais pode recuperar as energias, melhorando sua saúde e seu bem-estar.

Quando uma pessoa trabalha de forma demasiada, isso pode acarretar o desenvolvimento de muitos transtornos psicológicos.

As minhas férias foram uma oportunidade de realizar muitas coisas diferentes: coloquei algumas leituras em dia; participei do I Fórum Regional de Saúde Mental e Trabalho, do I Congresso on-line sobre o SUS e do minicurso O Cotidiano do CAPS: estratégia de organização e cuidados; adotei uma rotina de contato com a natureza e práticas meditativas Taoístas e do Falun Dafa; estive mais presente nos rituais do Santo Daime; participei de palestras do Movimento Hare Krishna e Espiritismo; estreitei alguns laços de amizades interessantes; realizei serviço de pintura em casa; mandei arrumar algumas coisas que precisavam de manutenção; cuidei mais da saúde e fiquei mais com a família; dei continuidade ao tratamento com canabidiol para Distonia focal e Síndrome de Asperger; procurei acalmar e desacelerar minha mente e me permiti a “não fazer nada”, busquei exercitar o equilíbrio e o auto comprometimento, descansei e dormi mais…

Portanto, mesmo com limitações financeiras que me obrigaram a ficar em casa, realizei várias tarefas significativas e agradáveis para mim. Este mês de folga foi uma temporada propícia para desenvolver minha criatividade e inspiração. Vivenciei literalmente um ócio criativo que quando começou a ficar bom, acabou. Voltei a trabalhar com mais disposição e mais serenidade. Como diz Adélia Prado: “acho que tudo que acontece é feito pra gente aprender cada vez mais. É pra ensinar a gente a viver”.

Para os especialistas das ciências psicossociais e saúde coletiva, o período de férias simboliza uma pausa necessária não apenas para aliviar a fadiga física em algumas profissões, mais também o estresse e cansaço emocional. Segundo dados do International Stress Management Association (ISMA-BR), 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse. Destas, 32% têm a Síndrome de Burnout. O dado coloca o Brasil como o segundo país com maior número de trabalhadores afetados.

As férias também são importantes para prevenir problemas de saúde relacionados ao trabalho, como estresse, insônia, doenças mentais, ansiedade e se desligar um tempo do trabalho para recarregar as energias.

Num artigo de Stefani Pereira, a psicanalista Ana Tomazelli, ‘ explica que cada vez mais pessoas têm surgido com graves sintomas de ansiedade e depressão, ocasionados pela sobrecarga de tarefas e o acúmulo de funções dentro e fora de seus respectivos trabalhos, o que tem levado muitos profissionais a completa exaustão mental e física. Para ela, o período de férias auxilia no alívio das preocupações da vida cotidiana e traz outros benefícios como o aumento da criatividade, a expansão de novas ideias, promovendo consequentemente, o aumento da produtividade na volta ao trabalho. Segundo os neurologistas, o afastamento da rotina pode nos proporcionar momentos de descontração, mas readaptar o relógio biológico e o cérebro para voltar à rotina habitual pode representar um grande desafio! O meu sentimento é que estou ainda num processo de retomada da rotina, de readaptação ao ritmo de trabalho. Sinto-me voltando aos poucos e procurando respeitar meu ritmo. “Geralmente, demora cerca de uma semana, mas, aos poucos, o cérebro entende que ele precisa voltar a trabalhar”, afirma Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista.

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