Foi um ano que aconteceram muitas coisas bacanas e interessantes que me deram ânimo mesmo diante de um contexto de tantas incertezas ,vicissitudes, dificuldades financeiras , gente grosseira, sem respeito, barbárie, desajustes e desequilíbrios emocionais e uma atmosfera sombria devido a um ser nefasto e “persona non grata” – e seus comparsas -que estava sentado na cadeira da Presidência da República.
No mês de setembro recebi o Titulo Honorífico de Cidadão Sumeense, um reconhecimento do meu trabalho e respeito pela minha pessoa. E participei de uma mostra de fotografias e depoimentos sobre Distonia em duas estações de metrô em São Paulo que foi organizada pelo Instituto Distonia Saúde.
No mês de Novembro, comemorei a vitória de Lula para Presidência da República. Afinal, bons ventos e boas energias estão chegando neste país depois de um período sombrio vivenciado por todos brasileiros em decorrência de um “ex-presidente” que apresenta ainda indícios fortes de traços de personalidade disfuncionais e mau-caratismo.
Na verdade, o segundo semestre de 2022, especificamente, foi cheio de emoções e desafios. Algumas coisas boas, muitas doenças e limitações na sobrevivência em todos os aspectos.
Eu me lembro que no ano passado consegui ler cerca de 10 livros – bem menos do que anos anteriores – sobre comportamento e filosofia. Eu me ocupei em estudar o Taoísmo, o espiritismo, a macrobiótica, os transtornos mentais e a psicopatologia na perspectiva psiquiátrica e psicanalítica; me aprofundei nos estudos do Capacitismo e nos Transtornos do Espectro Autista numa perspectiva da Neurodiversidade, assim como, participei do estudo dos livros de Êxodo e Levítico numa perspectiva espírita e ainda tive fôlego para debruçar-me com a leitura do Srimad Bhagavatam e estudar os Hinos Daimistas com o intuito de entender a nossa jornada de peregrinação enquanto seres imortais, compreender os conflitos da criatura em relação ao Criador e, bem como, me aprofundar no conhecimento do meu próprio ser num trabalho constante e evolutivo tendo como base a participação nos Trabalhos do Santo Daime. Em 2022, pudemos reiniciar os rituais desta Santa Doutrina depois do período de isolamento da pandemia da Covid-19.
“Essa é a grande tragédia da dita civilização atual. Embora sejamos avançados em ciência e tecnologia, somos primitivos no que diz respeito a experimentarmos espiritualidade, relacionamentos amorosos e genuína felicidade. A civilização ocidental não apenas pariu a tecnologia, mas também a maior destruição que o mundo já viu. Isso inclui a destruição do meio ambiente, o colapso dos valores sociais, a extinção de culturas antigas e a morte do amor, da felicidade e da compaixão, com um grande aumento do individualismo egoísta. Portanto, tecnologia não é algo suficiente para uma sociedade pacífica e harmoniosa. Precisamos de valores espirituais e sabedoria para nos guiarem no uso da tecnologia de modo que esta seja benéfica, e não destrutiva.” (Indradyumna Swami)
Eu me recordo que participei de pelo menos quatro cursos relacionados ao meu trabalho promovidos pelo SUS: Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (COVID-19) na Atenção Primária à Saúde; Prevenção da Violência contra a Criança e Adolescente; Água, Saneamento e Promoção de Higiene nas Unidades de Saúde para a Prevenção e Controle da COVID-19; e uma Capacitação sobre o Controle da Tuberculose e o Cuidado com a Hanseníase.
Com relação a rotina de trabalho, continuei atendendo a população NASF-AB e as pessoas com transtorno mental severo e persistente no CAPS I – Estação Novos Rumos, assim como no Consultório particular em Sumé. Participei da II Conferencia Municipal de Saúde Mental em abril e participei do PSE (Programa de Saúde na Escola) ministrando palestras sobre a Cultura de PAZ nas escolas do município.
Com relação a Distonia percebi que a doença agravou-se consideravelmente. Adquiri uma tendinite no ombro esquerdo devido a Câimbra do Escritor e uma Espondilose (redução da amplitude dos espaços intervertebrais entre c3-c4, c4-c5, c5-c6 e c6-c7) em curso na coluna cervical devido a postura inadequada e hereditariedade. Fazem mais de 2 meses que sinto dores intensas e uma limitação maior da psicomotricidade fina.
Com relação a neurodiversdade, aprendi a conviver e me realocar melhor com o universo dos neurotipos.
Com relação a Comunidade Distonia, perdemos a amiga e Defensora da Distonia Pamela Sloate, autora do Blog Chronicles Of A Dystonia Muse.
Com relação aos Blogs, consegui dá uma inovada mas não tive ânimo para escrever novos artigos…
Apesar das dificuldades e limitações financeiras e de saúde, tenho boas recordações e tive aprendizados significativos que contribuíram para minha jornada de vida. Sobrevivi as adversidades… E, portanto, eu sou grato a algumas pessoas que me ajudaram de alguma forma como a minha mãe, a minha companheira Lena, aos meus irmãos, assim como, àquelas enviadas pelo acaso para me proteger de algum infortúnio no decorrer do ano. Por fim, agradeço por estar na Santa Doutrina do Santo Daime e trago uma oração em forma de poesia intitulada: Agradeço, Senhor:
Agradeço, Senhor
Quando me dizes “não”
Às súplicas indébitas que faço,
Através da oração.
Muitas daquelas dádivas que peço,
Estima, concessão, posse, prazer,
Em meu caso talvez fossem espinhos,
Na senda que me deste a percorrer.
De outras vezes, imploro-te favores,
Entre lamentação, choro, barulho,
Mero capricho, simples algazarra,
Que me escapam do orgulho…
Existem privilégios que desejo,
Reclamando-te o “sim”,
Que, se me florescem na existência,
Seriam desvantagens contra mim.
Em muitas circunstâncias, rogo afeto,
Sem achar companhia em qualquer parte,
Quando me dás a solidão por guia
Que me inspire a buscar-te.
Ensina-me que estou no lugar certo,
Que a ninguém me ligaste de improviso,
E que desfruto agora o melhor tempo
De melhorar-me em tudo o que preciso.
Não me escutes as exigências loucas,
Faze-me perceber
Que alcançarei além do necessário,
Se cumprir o meu dever.
Agradeço, meu Deus,
Quando me dizes “não” com teu amor,
E sempre que te rogue o que não deva,
Não me atendas, Senhor!…
Do livro Antologia da Espiritualidade, de Maria Dolores, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.